Estes dias quando cheguei ao tratamento... na segunda... estava lá a minha amiga B... que faz tratamentos às segundas, quartas e sextas, logo só faço com ela às segundas... como sempre perguntei se estava tudo bem e conversamos um bocadinho.
Verdade seja que achei que os restantes elementos deste turno estavam todos a olhar para nós, mas confesso que ignorei afinal, para que dar valor a quem não o merece.
Quando a B. entrou um senhor disse-me o seguinte "ando aqui á 4 anos e nunca a vi ter assim uma conversa com ninguém a não ser consigo, alias não sei como se entendem uma vez que ela tem dificuldades em ouvir, mas ela tem um aperto de mão bem firme" eu olhei para o senhor e disse "ora aí esta o problema é que se calhar ela nunca falou com ninguém, porque ninguém fala com ela é simples... e ela tem problemas de audição sim, mas se falarem devagar e com calma ela entende e temos uma conversa normal como qualquer pessoa, como acabou de ver, é preciso é a gente adaptar-se as dificuldades das pessoas e ajuda-las, não apenas arrumar para o canto só por isto ou aquilo" o senhor ficou a olhar para mim e disse "realmente" e todos os outros ficaram a olhar
Eu gosto da B. independentemente dos problemas que ela tenha, adoro o sorriso e a boa onda dela, mesmo nos dias maus aquela miúda tenta não transparecer isso, se não conseguirmos conversar, escrevemos, existem muitas maneiras de comunicar, não apenas conversando, mas da-me a entender que existem pessoas que não se lembram destes pormenores.
A B. é uma grande mulher não só por tudo o que já passou na vida e é das pessoas naquela clínica por quem eu tenho um carinho e admiração enorme e no que depender de mim eu jamais irei deixar de comunicar com ela, mesmo que chegue o dia em que apenas tenha que escrever eu irei faze-lo, mas jamais deixarei de comunicar com ela só porque sim ou por ela ter este ou aquele problema.
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