Não tenho muitas recordações da minha infância.
Tenho bem em conta que toda a gente faz questão de dizer que eu era "ruimzita" mas muito encantadora... é o que dizem.
Imaginem só a chegar da Venezuela a falar pelos cotovelos aquela língua esquisita aqui, loirinha, de olhos azuis, nesse tempo fui "requisitada" muitas vezes para ir levar alianças nos casamentos.
Lembro-me de poucas coisas da pré e da primaria, não tenho grandes lembranças, mas lembro-me de como era o dia da criança, íamos todos a pé até ao pavilhão desportivo que existe cá na freguesia que é de uma colectividade, praticávamos jogos tradicionais e depois voltávamos para a escola, almoçávamos na cantina e à tarde vinhamos para casa... é só disto que me lembro... isto tudo até à 4ª classe.
Lembro-me de quando vinhamos da escola a pé e tocávamos as campainhas e fugíamos a correr ah ah ah aquilo era tão engraçado, mesmo depois de ter ficado doente... embora tenha só sido duas ou três vezes... o nosso grupinho que andávamos desde a pré dizia "vai indo" quando chegava bem lá no fundo eles tocavam e fugiam para vir ter comigo, eu como não podia correr ia descendo e esperava por eles.
É das poucas recordações que me fazem sorrir e ter saudades daquele tempo.
A partir do 5º ano as coisas mudaram, foi quando fiquei muito doente.
Depois disso a minha vida mudou bastante, deixei de ter uma "vida" à criança mesmo, andavam sempre de "olho" em mim a ver se estava tudo bem, tirando as aulas estava sempre em casa ou no hospital, ou seja, perdi o resto da minha infância, a adolescência e uma parte do início da minha juventude, porque simplesmente me fechava em casa, mas quando cheguei ao 11º ano comecei a aproveitar um bocadinho mais a minha idade.
Portanto apesar de ter perdido muito da minha infância, hoje em dia olho para trás e penso "aquilo até era divertido e engraçado, bem que podia ter sido pior".
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